Eu me lembro

sábado, 25 de julho de 2015

Hoje é sábado, 25 de julho de 2015, Dia Nacional do Escritor. Primeiro, pensei em repostar algo sobre literatura, depois, em escrever um post sobre o assunto. Mas terminei encontrando um texto que escrevi há três ou quatro anos e, como falava sobre tempo e minhas memórias, decidi colocá-lo no blog mais uma vez.

Eu me lembro

Sou uma pessoa reconhecida pela boa memória. Eu me lembro de quando tinha dois anos e esperava meu irmão, de cinco, chegar da escola no final da tarde para podermos brincar. Também me lembro de fazermos meu velotrol de carrinho de sorvete - o que enlouquecia a nossa mãe - e de saltarmos de toda e qualquer parte elevada da casa, fingindo ter a força do Popeye. Eu me lembro do dia em que pus perfume em meu bolo de aniversário, o que rendeu boas palmadas em meu bumbum, e do dia em que, com o auxílio da mamãe, catei e cozinhei meu primeiro feijão verde, aos cinco anos - sim, é desde pequena  que eu tenho aptidão para a cozinha. E logo minhas sopas, doces e bolos, aos onze anos, se tornaram uma tradição familiar. Mas não é só disso que me lembro...

Meus passarinhos conversavam comigo todas as manhãs, meus cachorros dormiam na minha cama, minhas galinhas tomavam banho e eram penduradas no portão, meus ratinhos twister nadavam nos baldes com água morna e todos os meus gatos tinham o pelo aparado. Mas eram os cadernos, repletos de histórias, que revelavam o quanto minha imaginação era fértil. E eu fui estudar num bairro distante, fazer cursos em bibliotecas, pular muros de hotel tentando conseguir autógrafos dos jogadores da seleção brasileira de futebol, viajar com o grupo de teatro e sofrer com as terríveis crises de síndrome do pânico e depressão. 

Jasmim... Eu adorava o perfume do jasmim!

Tantas coisas se passaram desde então: boas, ruins, surpreendentes, impactantes... É interessante como me lembro de tudo, e mais interessante ainda como essas lembranças tão vivas e recentes podem parecer tão remotas agora. Eu era criança, devaneava muito acerca do futuro. Como foi que cada um daqueles instantes evaporou, assim, de uma hora para a outra? Tenho a impressão de que apenas pisquei os olhos demoradamente, e o tempo, implacável, voou.

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PS. O avançar do tempo realmente não me entristece, pelo contrário, a cada ano, graças a Deus, a minha vida só tem melhorado. Sou casada há dez anos com meu grande amor, sou mãe de uma linda garotinha e tenho cinco romances concluídos. Mas é fato que gosto de refletir sobre isso. Tudo passa tão rápido... Que possamos aproveitar cada instante da melhor maneira possível. 

[Resenha] Línguas de Fogo

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Olá, amigos e leitores! Hoje trago para vocês a resenha de um livro muito agradável que li há alguns meses, Línguas de Fogo da autora Karen Soarele. Em breve, postarei a resenha de Tempestade de Areia, a continuação. 

Título: Línguas de Fogo - Crônicas de Myríades
Autor: Karen Soarele
Editora: Cubo Mágico
Gênero: Fantasia
Páginas: 216
Ano: 2012
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Sinopse

Aisling é uma jovem camponesa que vive numa área remota de Vulcannus, o reino mais poderoso de Myríade. 

Entretanto, um acontecimento vem para mudar completamente sua vida: seu melhor amigo, Dharon, é ferido em batalha enquanto tentava protegê-la, e a única chance que ela tem de salvá-lo é deixar para trás tudo o que conhece e atravessar a fronteira até o território inimigo, onde pode encontrar o antídoto para o veneno que o consome. 

Em sua jornada, Aisling se defrontará com diversos perigos, descobrirá que toda história possui mais de um ponto de vista e aprenderá que nas amizades verdadeiras está a força para seguir pelo caminho correto. Até aonde você iria para ajudar um amigo? Línguas de Fogo é uma história de desafios, amadurecimento, e, sobretudo, amizade.

Fantasia, amizade e lealdade

“Você possui os dons que se procuram em uma pessoa de valor.” (p. 175)

Aisling é uma menina leal e ingênua, que vive com a avó num vilarejo de Vulcannus chamado Sollace. Certo dia, ela é acordada às pressas e impelida pela avó a fugir do vilarejo em busca de um lugar seguro. Contudo, durante a fuga, Aisling avista seu melhor amigo e guerreiro protetor de Sollace, Dharon, lutando contra uma Salamandra. Fascinada com a cena, em vez de seguir as ordens da avó, ela decide parar para ver seu amigo em batalha.

Achando que a Salamandra houvesse sido derrotada, Aisling se coloca em perigo, de modo que Dharon tenta salvá-la e é atacado pelo monstro. Então, de forma surpreendente, a avó de Aisling começa a protegê-los com um tipo de magia proibida, a fim de que eles possam fugir da Salamandra. Dharon fora envenenado e a sua única esperança de cura está num território inimigo, em Hynneldor. Desse modo, começa a longa e empolgante jornada.


Narrado em terceira pessoa, Línguas de Fogo é um romance fantástico voltado especialmente ao público jovem e adolescente. Seu ritmo é fluido e a linguagem simples e agradável. Os personagens foram bem-elaborados, assim como a criação do mundo. Aisling é de uma ingenuidade profunda e Dharon é tão leal que chega a emocionar. Até mesmo a vilã Kendra consegue inspirar emoções positivas, não acerca de suas atitudes maléficas, mas sobre, talvez, aquilo que a impulsiona a ser ainda mais implacável.

Um livro sobre lealdade, bondade e amizade com uma boa dose de fantasia. Recomendo a leitores que gostam do gênero, e também àqueles que, assim como eu, estão começando a se apaixonar pela literatura fantástica. Sem dúvidas, esse é um bom começo.