Vilson e a pasta de Mário

sexta-feira, 19 de março de 2010


Queridos amigos e leitores! Como comentei no outro conto da série - Mário e os DVDs -, este é o Vilson, amigo de Mário. Ainda não sei qual será o conto inicial, mas, pela pequena dose aqui postada, já dá para sentir o que vem por aí: uma sequência de histórias engraçadas e emocionantes. Então, divirtam-se com as trapalhadas e as decisões esquisitas de Vilson e Mário. Boa leitura!


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          “Não consigo ler e-mail...” - resmungou Vilson, enquanto verificava a sua caixa de entrada, que sempre estava cheia. Dois meses antes, na tentativa de se organizar, resolveu criar novas pastas. Queria desviar as mensagens assim que chegassem. Primeiro, gerou uma só para as notícias da faculdade, depois, fez outra para armazenar as informações mais relevantes; contudo, não houve jeito, sua caixa continuou lotada. Como se não tivesse opção, ele decidiu criar mais duas indispensáveis pastas: uma para as demais mensagens não-lidas e outra só para o Mário, seu melhor amigo de infância.

          Vilson verificava seus e-mails pelo menos três vezes ao dia: de manhã, costumava ter cerca de quinze; à tarde, uns quarenta; antes de dormir, não menos de vinte. “São sempre as mesmas coisas...” - toda vez, ele retrucava. Normalmente, uns dez eram da faculdade, vinte do trabalho e cinco de informações importantes; todos os outros eram circulares, newsletters, apresentações de slides e assuntos semelhantes.

          “Mais cartinhas do Mário...” - pensava. Não sabia aonde aquilo ia parar. “Um dia, tiro folga e vejo tudo!” - com esperança, sempre afirmava. Mas as coisas se tornavam cada vez mais complicadas. Tinha seus próprios assuntos: trabalho, faculdade, namorada, amigos, família, projetos pessoais... Como teria tempo de ler tantos e-mails?

         Sem dúvida, o verdadeiro desejo de Vilson era excluir cada uma daquelas mensagens, porém, não tinha coragem suficiente para apagar as recebidas dos amigos; era por isso que a sua caixa de entrada permanecia super carregada. Em dois meses, a pasta das mensagens não-lidas acumulara cento e cinquenta e três e-mails, e a de Mário - a de Mário! - já estava com quase trezentos. Refletindo sobre a questão, ficou intrigado. Não compreendia como alguém conseguia enviar tantas coisas num só dia, porque ele, certamente, não dava conta daquele serviço.

         Parado na frente do computador, Vilson ficou ainda mais incomodado. Ele abriu a pasta do amigo e deu uma rápida lida nos assunto das primeiras mensagens. Tinha certeza, todas eram realmente interessantes. “Amanhã é feriado...” - sussurrou um pouco empolgado, afinal, poderia colocar as correspondências em dia. Aquela ideia o fez abrir um sorriso; todavia, menos de dez segundos depois, Vilson mudou sua expressão. “Não, não vai dar... Não mesmo!” - reclamou, reconhecendo a dificuldade da tarefa.

          De repente, Vilson teve um rompante e decidiu gerenciar suas pastas. Não resistindo, selecionou primeiro a de Mário, clicou em excluir e, diante das opções Ok ou Cancelar, hesitou. Criando coragem, selecionou Ok e apertou a tecla Enter. Pronto, estava feito.


          Aliviado, ele suspirou e concluiu: “Tudo bem... Eu admito: definitivamente, não consigo ler e-mail!”



1 comentários:

  1. caio pop disse...:

    Muito obrigado pelo comentário e sobre o texto acredito que saia de forma inconsciente, esta forma de contar se torna mais fácil pra mim principalmente em terceira pessoa e tu tambem tens uma escrita bem interessante e não há continuação nas histórias.Tá convidada a seguir o blog se quiser.

    braço!!!

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